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O falecimento de Paulo Renato Souza, Ministro da Educação durante os Governos de FHC e Secretário Estadual de Educação de São Paulo nos Governos Montoro e Serra faz com que se retome a lembrança do legado do Educador.
Economista de formação, durante o Governo Montoro procurou estruturar a Secretaria de Educação de São Paulo – SEE dentro do espírito da Democracia que renascia na lenta abertura e saída do Regime Militar. Era do fim do período da Revolução de 31 de Março.
Neste espírito procurou-se imprimir a SEE um ritmo de edição de Propostas Curriculares mais adequadas ao momento. A Implantação do Ciclo Básico no então 1º Grau a Formação de Professores como o Projeto Ipê e tantos outros projetos que foram estruturados, porém devido ao tempo e a necessidade de se implantar tudo de forma planejada acabou-se alguns ficando para o Governo seguinte como foi o caso dos Centros Específicos de Formação e Aperfeiçoamento do Magistério – CEFAM.
Mais tarde como Ministro da Educação – MEC durante oito anos atuou de forma veemente para uma melhor estruturação do MEC. Programas como o Bolsa Escola, a criação do Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM possibilitaram criar condições que hoje permitem muitos jovens ingressar nas Universidades públicas ou mesmo privadas com bolsas parciais e integrais.
Melhorar o Ensino Superior também foi uma batalha com a criação do Exame Nacional de Cursos Superiores, o Provão. Depois desvirtuado e descontinuado pelos governos seguintes (hoje é o ENADE que de forma lenta procura seguir parte do que foi o Provão). O Provão possibilitou a identificação de bons cursos e cursos irregulares tiveram que começar a se adequar. A qualificação dos Docentes das Universidades Federais teve sensível melhora.
Hoje se verifica o desmonte de parte desta estrutura. As Delegacias Regionais do MEC estão condenadas a serem fechadas e todos transferidos para Brasília.
O Ensino Fundamental foi Universalizado em sua gestão, a partir de investimentos e de um Planejamento que até hoje rende frutos. A implementação do então FUNDEF permitiu que recursos chegassem diretamente às Escolas e pudessem ser aplicados no custeio e investimento educacional.
A Educação Infantil também teve o planejamento para sua ampliação e com boa margem superou a meta de expansão na época, assim como a Educação de Jovens e Adultos e a Educação Especial que tiveram ampliação de matrículas apesar das dificuldades da época onde quase tudo precisava ser replanejado dada a precariedade vinda de gestões anteriores.
A Gestão de Paulo Renato buscou estruturar o Ministério para que pudesse crescer e atender as demandas de forma eficaz.
Importante lembrar também que a atual LDB foi aprovada e implementada durante sua gestão.
Anteriormente Gustavo Capanema do qual sou franco admirador, se envolveu no mesmo nível, porém em uma época de Ditadura e regime de exceção quando implantou as Leis Orgânicas do Ensino já no final de sua longa Gestão.
Responsabilidade pela Educação foi um marco. Paulo Renato foi corajoso e arrojado ao chamar esta responsabilidade para si e sua equipe, de onde saíram agentes que hoje atuam em diversas esferas diretamente ligadas ao bem estar e a melhoria da Educação.
Como Deputado Federal não descansava na luta pela Educação e na defesa da Ética e da Moral no Congresso.
Foi o pior ministro da educação da história arecente do Brasil. Nunca se preocupou em melhorar o ensino superior, só melhorou a vida dos donos das escolas, interesseiro. Sucateou as universidades federais. Foi tarde, demorou.
Jair Paulo Renato buscou imprimir um novo ritmo nas Federais onde a meta era a maior qualificação docente e um plano para que os docentes tivessem maior dedicação ao ensino e não só a pesquisa. Muitos professores, e isso se repete em algumas faculdades da Universidade de São Paulo hoje em dia, apenas focavam o pesquisar enquanto diversas turmas de alunos sofriam com aparente falta de professores e não conseguiam concluir seus créditos e se formarem
Obviamente que o coorporativismo da classe docente federal não gostou da idéia pois a medida acabou gerando mudanças e reformulações
A crítica quanto as Universidades Privadas não cabe pois os governos seguintes não mantiveram o ritmo de fiscalização das Universidades privadas e Federais. Hoj em dia a Delegacia Regional de São Paulo, por exemplo corre o risco de ser fechada e todos transferidos para Brasília. E como ficará a fiscalização?
O ritmo dele era de parar tudo; não contratava professores! O meu departamento caiu de 35 para 20 professores; professores saiam, desistiam ou se aposentavam. Demorou dez anos pra voltar aos 35 professores. Por outro lado, incentivava-se a criação das universidades privadas à luz de uma fiscalização patética, nenhuma escola ruim foi fechada! E depois que deixou de ser ministro começou a prestar serviços a essa universidades, por essas e outras repito, foi um interesseiro.
Enfim, é duro dizer, mas eu estou feliz, essa pessoa fez um desserviço a educação brasileira.
Aquele período o país passava por um ajuste de contas. Contratações esbarravam no orçamento das Universidades dependentes do MEC.
Era um período onde ajustes foram feitos e por outro lado alterou-se relações. Professores precisaram definir o papel como pesquisadores ou docentes frente ao número de alunos que não conseguiam cumprir o sistema de créditos.
Este processo em algumas Universidades gerou melhorias e uma nova discussão que até hoje perdura. A função da Universidade em formar profissionais para o mercado de trabalho e docentes para a Educação Básica versus a pesquisa onde cada um precisa ter seu espaço. Porém a equação resultante e comparado com os anseios e necessidades principalmente em algumas regiões em se formar professores para a Educação Básica gera uma questão é de díficil solução
Tanto faz… a Educação Brasileira é simplesmente um faz de conta…
tem muita quantidade, porém a qualidade é uma da piores do Mundo!
Torna-se um faz de conta para quem nao busca trabalhar. lutar por ela
Precisa-se sim reestruturar o MEC e o INEP que vem tendo técnicos e servidores retirados e substituídos por funcionários comissionados e que pouco conhecem de gestão educacional e gerencial
Somente os débeis desvaorizam os que pensam diferentes e veem no desaparecimento físico uma vitória pessoal ou “coletiva”. Sou fundador do PT, nunca votei em FHC, mas reconheço que Paulo Renato foi o grande idealizador dos grandes projetos que Lula endossou. Uma perda para o país pois um homem público notável. edmundo arruda UFSC/Cesusc
Sou pedagoga e secretária executiva bilíngue graduada pela PUCSP.
O Min. Paulo Renato Souza criou a inserção obrigatória do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC/monografia) nos cursos de Graduação , o que força o aluno a sair com algum conhecimento e a elaborar pesquisa de campo e/ou estudo de caso, o que resume 4 ou 5 anos de estudo. Cursei duas vezes a Universidade no tempo em que isso não existia e considero tal trabalho acadêmico essencial, condição sine quae non. Muitos se encostam em um nome de curso para ter um canudo. Os que se dedicam e fazem um bom trabalho monográfico têm as melhores chances de emprego nas grandes empresas, porque as notas de aprovação são solicitadas nas entrevistas. Tenho provas em minha família. – Suely
Parabéns pos mortem Ministro Paulo Renato !
Pingback: Terapia da Lógica » Paulo Renato
O Brasil ganhou muito com política educacional implantada por Paulo Renato. Quem viveu o ensino superior antes da gestão dele, sabe que o ensino superior era elitizado: poucos tinham acesso (falava-se em 1% da população). Muitos queriam estudar, mas ficavam na peneira do vestibular. Há muito a se fazer, mas muito foi feito pelo Ministro Paulo Renato.
Agora, francamente, gostando ou não dele “foi tarde” é sem palavras. Não há nada tão baixo como um comentário desses.
Paulo Renato Souza transformou o sistema de ensino no Brasil, Encontrou resistência daqueles que estavam mal acostumados a terem sua incompetência escondida atrás de falsos trabalhos, Ele revolucionou o mecanismo de ensino fazendo com que fossem avaliados professores, alunos e escola.
Alem de fazer com que o dinheiro da educação fosse mais bem aplicado e distribuído. Sem duvida alguma o seu legado é o melhor que se tem em relação a Educação do Brasil devemos a ele muitos benefícios e desfrutamos de seu trabalho até hoje.
Ninguém publica nada sobre as participações acionárias do finado nas mega-franquias escolares (não educacionais) como COC, Positivo, Objetivo etc, assim como em instituições privadas de ensino superior. Ou como o surgimento desses supostos sistemas de ensino coincidiram com a degradação do ensino público (da desqualificação e fechamento dos CEFAMs ao congelamento da dotação orçamentária), que também coincide com o período em que o finado esteve flanando entre ministérios e secretarias de educação. Esse é o real legado. Esse não jaz em paz!
Sistemas de ensino não são contrários a propostas como o CEFAM que foi aliás extinto por outro Secretário.
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Sem dúvida foi uma perda, principalmente para seus familiares. Mas, sejamos sinceros, era do PSDB e quanto a isso, nenhum PSDBista nunca vez nada pela educação, principalmente, pela valorização do professor.
Marília, boa noite
Algumas considerações
Um plano visando a valorização o Professor Universitário foi feito quando Paulo Renato foi ministro.
O Secretário Alexandre Schneider da Secretaria Municipal de Educação de SP foi filiado ao PSDB e muito fez pela carreira do professorado paulistano…