Novos recursos sempre são bem vindos. Nas ultimas semanas tem tomado vulto a discussão da destinação de parcela dos recursos que virão dos futuros royalties da exploração da Camada do Pré Sal.
A extração do petróleo em áreas brasileiras sempre destinou um valor, denominado royalties, às cidades e aos Estados onde estão as reservas. Não se trata de mexer nestes recursos que há anos compõem os orçamentos de cidades como Macaé e região.
Justamente os que mais são contra a nova destinação dos recursos do Pré Sal.
O Pré Sal é uma camada onde foi encontrado um petróleo de grande valor, mais leve e melhor que o atualmente extraido na Bacia de Campos, semelhante ao petróleo árabe.
O Senado aprovou uma destinação a estes recursos, direcionando-os parcela importante para a Educação. O artigo desta semana do competente e amigo Raul Christiano em seu blog tratou sobre este assunto e o que se viu dos leitores foram ataques ao projeto e principalmente contra a classe do professorado.
Nem sempre fui da Educação ou melhor nem sempre estive diretamente ligado à Educação.
Fiz um comentário sobre as colocações de alguns missivistas mas algumas novas colocações merecem serem feitas.
Este projeto é interessante pois destina para a Educação importante recurso. Recurso que ai sim deve-se ter uma destinação e um controle regulados pelo Congresso e acompanhado pela Sociedade. Aqui é uma outra situação igualmente importante. Não deve-se desvirtuar o uso destes valores para projetos faraônicos no setor mas sim atacar os problemas pontuais e de desenvolvimento de longo prazo. Para isso é necessário planejamento, verificar necessidades reais, estudar mais, tópicos que não interessam a muitos governantes e segmentos que não estão comprometidos com uma educação permanente, usando uma expressão de Delors. Entenda ainda que entre estes segmentos estão parcela do professorado e alguns sindicatos que não desejam mudanças que visem atender o aluno. Isso sim, esta concepção de que a Educação deve visar o aluno precisa ser o foco.
A família é como muitos disseram insubstituível mas o papel da família deve ser revisto e não desempenhado pela Escola. Não se trata aqui disso. A Escola nunca pretendeu ocupar esta posição e nem tem este desejo. Mas os pais precisam ter uma participação mais ativa na vida de seus filhos pois é fácil também delegar funções e não desejar depois ser cobrado, o seu acompanhamento, ou mesmo alertado.
Uma escola de qualidade passa não só por melhores salários, mas por melhor formação do professor (e isso passa por mudanças nos currículos e concepções do ensinas dentro das Universidades e Faculdades)
Melhores condições de ensino (recursos físicos, edifícios escolares com Salas multiuso, livros, computadores), menor número de alunos, expansão do atendimento ao aluno com deficit de aprendízagem, ao aluno superdotado (hoje pouco ainda fazemos em termos de políticas públicas investimentos para a descoberta de talentos e diagnósticos para estes alunos que também tem outras dificuldades como a da socialização em grupo)
Turmas com menos alunos e não mais de 40 como identifica-se em muitos locais. Isso demanda novos prédios novas Escolas. Escolas com muitas salas os chamados escolões pedagogicamente já estão superados.
Para estes fins os recursos são muito bem vindos. Gerar desenvolvimento começa-se na base sendo a Educação parte importante do alicerce e não apenas programas de transferência de renda que de provisórios tornam-se permanentes. Há quem ainda defenda uma poupança aos atuais beneficiados a ser feita com os recursos do Tesouro (para isso parece haver verbas). Isso não é gerar desenvolvimento.
Mas isso já uma outra história.