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Indígenas da metrópole: Presença ou migração?

A notícia da compensação para as tribos indígenas localizadas próximas aos trechos Oeste e Sul do Rodoanel tomou espaço nas páginas do O Estado de São Paulo desta segunda, dia 5 de julho. Uma soma de R$ 6 milhões a ser destinada a compra de novas áreas com 100 hectares para cada tribo pela FUNAI e poder melhor acomodar  as tribos indígenas que estão hoje no interior da metrópole paulistana. Uma amostra do cuidado com o licenciamento ambiental da obra e com o respeito a tradições de culturas em nossa Nação.

A cidade de São Paulo tem nos dias de hoje a presença de 3 tribos indígenas. Difere portanto do início da ocupação portuguesa nos então Campos de Piratininga onde a tribo do Cacique Tibiriçá chegou a estar situada onde hoje temos o Mosteiro de São Bento. Mas a Piratininga 1554 já guarda semelhanças com a São Paulo de 2010. A tribo de Tibiriçá ficava em terras do atual ABC, mais precisamente onde estão as cidades de São Bernardo do Campo e Santo André e com a transferência dos moradores da então Santo André da Borda do Campo para as cercarias de Piratininga teve-se a transferência da tribo amiga e ligada a João Ramalho, casado com Bartira, filha de Tibiriçá.

O mesmo se deu nos anos 60 com as tribos situadas na Zona Sul. Vindas do Paraná em busca de melhores condições de sobrevivência, os indios guaranis abrigaram-se nas terras de um imigrante japonês que deixava as terras e rumava de volta para a Terra do Sol Nascente. Poucas famílias que hojem somam uma população de cerca de 1000 brasileiros. Mesma época em que migrantes nordestinos vieram para SP em busca de trabalho e também melhores condições de sobrevivência. E que também constituiram novas famílias.

São Paulo saiu de quase 3,8 milhões de habitantes em 1960 para os 12 milhões de hoje

Esta migração liga nordestinos e indígenas, brasileiros e imigrantes que aqui vieram buscar uma vida melhor. Cada um com sua cultura e estilo de vida próprios.

Os Guaranis dos anos 60 diferem dos Tupiniquins de Tibiriçá. Tibiriçá era de uma tribo tupiniquim que se aliou a colonização portuguesa. Os Guaranis procuravam sobrevivência. A migração os unem, mesmo sendo os Guaranis frutos dos fluxos migracionais diferentes.

A reportagem cita que sobrevivem do artesanato, de ajuda de ONGs, aliados a práticas como a caça, pesca e coleta de alimentos na mata, os Guaranis também recebem ajuda governamental através da FUNAI e da prefeitura paulistana que implantou há alguns anos o Centro de Educação e Cultura Indígena -CECI.

Vivem também da cobrança de taxa dos visitantes de suas reservas. São índios que misturam culturas tradicionais com a cultura branca. Brasileiros como todos nós que buscam manter suas tradições e necessitam de olhar público. Assim como nordestinos, descendentes de portugueses, italianos, japoneses coreanos, bolivianos, Só não podemos pender para o lado indigenista adotado na Amazônia dadas as diferenças de ocupação e aculturação.

Muitos migrantes ainda vivem em habitações com menos de 10 m², em áreas irregulares sem estrutura básica. São brasileiros frutos de migração ou há tempos já fixados nas terras.

Brasileiros como os indígenas das Reservas da Metrópole.

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